Confesso que demorei um bocado para entender algumas
das colocações atribuídas a Jesus.
Uma delas, a que diz: no final dos tempos aos que
pouco tem; esse pouco lhes será tirado e, aos que muito tem mais será
acrescentado.
Meu amigo índigo (ele é real tem Rg, Cic e endereço
fixo e adoro ouvir suas palestras) costuma me chamar de loura evangélica quando
a ficha demora a cair – Não me envergonho de dizer que achava um absurdo tirar
o pouco que alguém já conseguiu de qualquer coisa e ao mesmo tempo dar mais
ainda para aquele já abastado – que crueldade pensava com meus botões – se Deus
escreve certo por caminhos tortos – esse era prá lá de torto.
Mas, dia deste eu me peguei quase em peripaque
dizendo que tinha perdido a paciência e enumerei as razões – Mas, como se um
raio tivesse caído na minha cabeça lembrei-me dessa passagem do Evangelho e
concluí o seguinte: Jesus sabia que nos atribulados dias de hoje isso ficaria
bem claro.
Vejamos:
Na vida contemporânea lidamos com tantos fatos que
contradizem nossos desejos do momento, ao mesmo tempo; que, no meu caso a pouca
paciência que tinha foi quase zerada pela sucessão de contrariedades – por
outro lado conheço pessoas que usam as dificuldades mil pelas quais estão
passando para tornarem-se cada dia estão mais Zen. Voltemos o raciocínio para o
que Jesus afirmou e imaginemos que, o mínimo de paciência possível de ser
atingido nesta fase por qualquer um de nós para não perder tudo fosse de um por
cento – quem tivesse meio perderia tudo frente aos acontecimentos que vivencia
e partiria para o pau, para a agressão verbal ou física.
O que será o mínimo necessário?
Senão o suficiente, para ativar o discernimento de
modo a usar todo qualquer sofrer ou contrariedade como recurso a fim de
aumentar a capacidade de distinguir a realidade da ilusão, o certo do duvidoso
ou errado (lembram-se da dica de que Bem Aventurados podem ser os
aflitos?).
Como somente a verdade nos libertará; parece que as
ilusões de tudo; o que pensamos já ter conquistado; mas que ainda é
insuficiente ou não nos pertence ficará á mostra e morreremos de vergonha uns
dos outros.
De verdade gostaríamos de um Evangelho mastigado e
interpretado, já pronto para uso (origem das religiões cristãs) – mas como cada
um de nós terá que chegar ás suas próprias conclusões e conquistas – Que tal
brincar de conhecer a alma humana como Jesus o fez?
É fácil e simples.