domingo, 3 de janeiro de 2010

A CRIANÇA DOENTE

Na verdade todas as crianças desta dimensão da vida são ainda doentes em potencial, se analisarmos a doença sob seus múltiplos aspectos, embora nem todas estejam; num determinado momento; expressando-se com doença.
O ser humano é multidimensional (como todas as coisas, nós temos uma parte de nós polarizada nesta terceira dimensão ou física, e outra parte situa-se em planos extrafísicos), é uma unidade constituída por um corpo físico, um corpo mental/emocional e um corpo espiritual; portanto, nossas doenças também conjugam fatores físicos e extra/físicos.
Porque a maioria de nós tem o foco da atenção direcionado apenas para o mundo físico, e para as sensações orgânicas; é comum e natural que só se perceba; se valorize; e se busque curar as doenças objetivas ou físicas; ignorando-se pelos mais variados motivos as doenças extra/físicas ou subjetivas.
Buscamos criar um mundo sem doenças, dores e sofrimentos, isso é um sonho de todos; porém se quisermos acelerar a conquista de um mundo melhor, é necessário reformular nossos conceitos de saúde, de doença e de cura. A doença tem sua origem nos desequilíbrios do pensar/sentir/agir, desse modo, tanto é doença uma gastrite, uma gripe, quanto um medo mórbido, a gula, a inveja, a mentira, o orgulho, a agressividade. Esquecer que há doenças do corpo, da mente e da alma é buscar de forma voluntária a dor, o sofrer tanto em nós quanto nos que nos cercam. Por esse motivo, aumenta de forma acelerada o número de pessoas desajustadas e pouco adaptadas aos dias de hoje; muitas vezes, por pura preguiça.
Em se tratando de crianças, para bem desempenharmos nossa tarefa de pais e de mães é necessário dar a mesma atenção a uma tendência à mentira compulsiva ou a um medo mórbido de uma criança; quanto nós costumamos dar a uma amigdalite ou a uma pneumonia.
A nosso ver, as doenças da alma são tão ou mais graves que as doenças do corpo. Nossos interesses egoístas e nossa preguiça são o pai e a mãe da nossa visão imediatista, que não nos deixa ver com clareza que a dor moral da preocupação de ver um filho submetido a um tratamento cirúrgico de uma apendicite, por exemplo, é menor e menos demorada do que ver e acompanhar a cirurgia social de um filho com tendências de agressividade ou de se apropriar dos bens alheios, preso numa cadeia ou morto. Ou então, acompanhar o desespero de um filho angustiado, depressivo, quase um morto/vivo, totalmente desmotivado para viver, sem motivo aparente.
Se perguntarmos para um verdadeiro sábio qual é a origem das doenças no ser humano a resposta será “curta e grossa”: Doença é falta de educação - portanto todas as doenças são evitáveis, e a profilaxia para evitar nossa sensação de sofrer, é a educação; mas uma educação formativa para viver como um verdadeiro ser humano, integrado às Leis Naturais da Evolução - todo o doente de qualquer tipo foi, e, é um mal educado para viver a vida. Como antigamente, em todos os tempos conhecidos; é verdade que nesta geração de pais e mães a nossa educação para a vida ainda deixou muito a desejar, mas isso, não pode ser desculpa, hoje, para nossa recusa em nos auto/educarmos de forma voluntária e ativa.
Como primeiro passo é sempre que possível tentar mostrar à criança onde e quando ela escolheu mal; mostrar a ela um conjunto causa/efeito de suas atitudes para que ela aos poucos vá percebendo suas tendências de reagir e agir usando a inteligência e a meditação como fator moderador de seus impulsos inatos. Mas, para que o método do discurso funcione; é preciso que os exemplos sejam adequados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário