sábado, 11 de fevereiro de 2012

A REFORMA ÍNTIMA COMEÇA ANTES DO BERÇO



Amigos.
Está indo para a gráfica.
A capa ficou muito legal.

Apresentação

Muito se fala em reforma íntima no meio Espírita, e foi criado um paradigma: quem precisa e deve proceder a uma reforma íntima é o adulto (caso já tenha se conscientizado dessa necessidade); a criança ainda não tem o que possa ser reformado e precisa apenas ser Evangelizada. No entanto, percebemos que há muito tempo esse sistema descontínuo deixou de funcionar a contento; pois mesmo os espíritas de berço e superdoutrinados não estão se saindo muito bem nas coisas da vida. O número deles que se encontra às voltas com a depressão, a angústia existencial, o estresse, o pânico e outras doenças, que têm como pano de fundo a pobreza ética e a falta de fé nas leis que regem a vida, não difere muito dos outros sistemas de crenças. Boa parte não está se saindo tão bem quanto seria de se esperar para uma pessoa Evangelizada segundo princípios doutriná¬rios tão claros e simples. Esse fato sinaliza que alguma coisa deve ser mudada. Com certeza a falha que está atrapalhando o desempenho evolutivo não se encontra no conteúdo da Doutrina, mas na meto¬dologia de ensino e na sua forma de aplicação prática.
A Reforma Íntima Começa antes do Berço v4.indd 9 06/02/2012 18:23:40

10 › A Reforma Íntima Começa antes do Berço
A criança deve ser Evangelizada isso ninguém discute, mas alguns questionamentos são necessários: Onde? Quando? Durante quanto tempo? De que forma? Quem é o Evangelizador? O que se espera? Como podem ser medidos os resultados? Antes ou depois da desencarnação?
Que ninguém se melindre ou imagine que esteja fazendo tudo errado, apenas os questionamentos são necessários, pois nada na vida do homem está pronto. Mesmo o Evangelho é um alicer¬ce, uma base para nossas vidas, mas a cada dia novas descobertas e novos detalhes científicos devem ser a Ele acrescentados. Os resultados que se obtêm na Evangelização das crianças, segundo a Doutrina dos Espíritos, são marcantes, mais práticos e funcionais, disso ninguém discorda; mesmo assim, muito pouco do potencial educativo disponível no Evangelho é bem aproveitado no dia a dia.
Muitos ainda são os fatores que atrapalham a criança educada no meio espírita a aplicar a doutrina de forma simples e metódica. Um deles: como todas as outras, a criança que cresce em um lar espírita absorve parte da visão de mundo dos adultos e incorpora ao seu padrão subconsciente algumas formas arcaicas de interpretação da Doutrina, do tipo: os frutos da prática das di¬retrizes do Evangelho são para serem saboreados depois da morte; algo como: ser socorrido e passar a viver em uma colônia espiritual com seus afins. Que a vida terrena é cheia de sofrimentos, dores e aflições para provar o espírito e para expiações. Esse tipo de engano deve ser corrigido, pois a criança passa a pensar que deve sofrer para aprender, quando não é preciso, e de forma subconsciente até passa a inventar sofrimentos inúteis.
Aprender por meio do sofrimento indica falta de capa¬cidade de discernir, pois se pode aprender pela prática da reforma
A Reforma Íntima Começa antes do Berço v4.indd 10 06/02/2012 18:23:40

Américo Marques Canhoto ‹ 11
íntima e do desenvolvimento da capacidade de fazer a caridade, perdoar e amar com prazer e alegria sem maiores dores.
A transformação voluntária sistemática é necessária para ser usada com a finalidade de melhorar a qualidade de vida neste exato momento, nem antes nem depois. Ela é capaz de propiciar a capacidade de encarar situações aflitivas como oportunidades de crescimento para o espírito. Tudo deve ser muito prático e simples. Às vezes, basta mudar o rótulo – de problema para lição – que o desempenho melhora, e muito.
A responsabilidade maior na educação e na reforma ínti¬ma infantil é da família. Cabe a ela provar que mudar a personali¬dade pela vontade e esforço é uma atitude mais inteligente do que mudar apenas para fugir do sofrimento. A criança também deve compreender que quando melhoramos a nós próprios praticamos a caridade para com os outros, pois os laços que nos unem na vida em família, de um jeito ou de outro, fazem com que o problema de um se transforme no problema de vários ou de todos.
Portanto, vale a pena investir na educação íntima das crianças, pois o rescaldo dessa atitude sobra para a vida de todos os que compõem a família e, se melhora para um, melhora para todos.
A ideia central do livro é conduzir a transformação íntima em um processo sequencial desde a vida uterina. Tarefa simples e fácil de ser aplicada que exige de cada um apenas o que já tem: capacidade de observar, raciocinar, boa vontade e determinação para pôr em prática.
O ganho em qualidade de vida que se pode proporcionar à criança, à família, e à sociedade segundo esse método, é muito compensador.
A Reforma Íntima Começa antes do Berço v4.indd 11 06/02/2012 18:23:40 12 › A Reforma Íntima Começa antes do Berço

Mas:
Não se pode modificar aquilo que se desconhece...
Mesmo entre espíritas antigos, quando recebemos um filho ou um neto para encaminhar para a vida como um homem de bem, esquecemos que está chegando nessa dimensão um espírito tão antigo quanto o nosso, tão problemático e endividado junto à justiça natural quanto nós. De forma distraída focamos apenas a identidade que o espírito assumiu desta vez e nos esquecemos de auscultar a sua natureza íntima.
A mudança no título para esta nova edição: A Reforma Íntima Começa Antes do Berço tem uma razão especial: as crianças da Geração Nova estão chegando a número cada vez maior – muitas já estão aptas a ler pensamentos – desse modo, a família deve começar a dialogar com esses espíritos que chegam antes do nascimento.
A verdadeira educação é aquela que visa educar o espírito.
O autor.


Este assunto cabe em todas as ocasiões da nossa evolução; pois durante a eternidade todos nós ainda seremos incontáveis vezes: pais, mães, filhos...
Nada fica perdido; sempre estamos relembrando com a ajuda das situações do presente o que já está arquivado em nossa memória no DNA.

Namastê.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AS VÁRIAS FACES DA VIOLÊNCIA




Mesmo quando em tentativa de reciclagem da personalidade ainda somos dotados de impulsos para a agressividade que se manifestam muitas vezes na forma de atitudes de passividade ou de violência contra o meio ambiente, animais, outras pessoas presentes ou ausentes e até contra nós mesmos:
Auto - violência.

É a que se volta contra o próprio agente.
Pode ser explícita até escabrosa sob determinados estímulos: arrancar os próprios cabelos; esmurrar-se; bater a cabeça – pode transformar-se em TOC: coçar feridas até sangrar; espremer espinhas; ou então assumir ares de violência subliminar: sentimento de menos valia; auto - depreciação; depressão.

Conforme colocamos em nosso livro: “A reforma íntima começa antes do berço” – Ed. EBM – a criança sinaliza bem cedo várias tendências para manifestar os impulsos de agressividade e atitudes para expressar violência; para isso basta fazer a leitura das suas tendências e do comportamento.

Nosso tema de hoje é a violência subliminar na forma de doença; especialmente as auto – imunes.

A reciclagem de nossos impulsos de agressividade em mansuetude; inevitavelmente passa pelo controle da racionalização.
Ao tentarmos atravessar a fase de repressão e contenção desses impulsos seja pela vontade própria ou balizada pelas normas sociais e religiosas, corremos o risco de adoecer.

Ao nos sentirmos contrariados ou agredidos; se o impulso de reagir ainda é forte; mas segundo variadas causas nós tentamos contê-lo sem que o tenhamos compreendido; ao invés de agredir ao outro agredimos a nós mesmos num processo chamado de somatização que pode se manifestar de forma mais clara e simples como nas enxaquecas, eczemas, dores de estômago...; ou pode assumir caráter mais subliminar e grave como nas doenças auto - imunes.

Como as doenças da alma se materializam no corpo físico?
Cada conjunto de pensar/sentir/agir emitido por nós é uma energia liberada que se irradia tal e qual uma estação de rádio ou televisão, e que retorna ao agente emissor. Faz o seguinte trajeto: centros de força, meridianos de acupuntura, sistema nervoso, sistema glandular, todos os outros sistemas, células, etc.
Na contenção da onda de agressividade e violência o outro escapa de levar uma surra verbal ou física; mas acaba sobrando para o fígado, o estômago, o coração, a pele..., do agressivo e violento que se conteve; desarticulando, adoecendo, e num prazo mais longo: morrendo.

Em razão do que representam perante a consciência em evolução as doenças auto – imunes merecem um estudo mais apurado do EU SOU.

Evidente que construir uma doença é como fazer um bolo; não se faz apenas com farinha; é preciso outros ingredientes e alguns procedimentos habituais.
Nossas doenças também não possuem como agente único nossas características de temperamento e personalidade; mas que são fatores importantes; isso é vero.

Há muitas formas de descarregar a energia dos impulsos.
Há as negativas e as positivas.

Que tal descarregá-las com força na prática do bem e da caridade?
Efeito colateral?
Claro: tornar as pessoas vítimas da nossa ajuda um pouco mais preguiçosas; mas, sempre haverá algo ou alguém que as corrija...

A tendência para atitudes de violência contra nós mesmos pode ser detectada e resolvida desde o nascimento.

Namastê,

domingo, 29 de janeiro de 2012

NA DÚVIDA É MELHOR CALAR – MAS POR QUE CALAR QUANDO É POSSÍVEL EXPRESSAR?




Devido á nossa pouca capacidade de discernir, nós somos especialistas em transformar paradigmas em paradoxos...
Pode ser que, mesmo hoje, alguém ainda duvide que a capacidade de falar de expressar idéias, sensações, impulsos e sentimentos tenha sido um degrau que subimos na escada da evolução. A falta de coordenação entre o que nós: pensamos, sentimos, falamos, e atuamos; talvez tenha sido a origem desse paradigma: melhor calar.

Como se tivéssemos acabado de descer das árvores; nós ainda não atendemos aos princípios primários da arte da comunicação e de educar: observar, refletir, expressar, agir.

Para os que já galgaram um degrau a mais na escala de desenvolvimento da consciência; um detalhe pode fazer toda a diferença:

A INTENÇÃO É FATOR DETERMINANTE NA FALA.

É preciso determinar uma intenção; pois toda verbalização intenta algo ou tem uma finalidade e, gera efeitos.
Quando falamos (e a palavra hoje é falada, escrita, digitada, ou pode vir na forma de imagens produzidas, copiadas e repassadas), nós somos responsáveis e, a intenção será o juiz dos agravantes e atenuantes.

A motivação também é um agente na relatividade do conceito falar a verdade, usado nas relações e simples interações:
Digo a verdade doa a quem doer!
Dependendo da intenção e da forma como ela foi expressa, muitas vezes essa “verdade” magoa e fere; quem se vangloria de sempre dizer a verdade, doa a quem doer, ao observar-se melhor; percebe-se: recalcado, frustrado, maledicente, pois a intenção real é punir.
A verdade dita ou calada é calma, equilibrada; e predominará cedo ou tarde; pois tem sua hora.

Mesmo que primária e reduzida em capacidades e vocábulos:
Que a verbalização seja sempre o instrumento da verdade que constrói e não aquela que fere e pune.

Precariamente sábio que:
Na dúvida é melhor calar e aguardar a ação do tempo ou o surgir de um dono da verdade impaciente que servirá de escândalo corretivo através de sua forma descuidada de agir.

Porém; não devemos papaguear:
A falta de intenção também é capaz de causar prejuízo:
“Desculpe, não tive intenção de...”
Embora não haja intenção de ferir, aconteceu; a ausência da intenção de...; apenas atenua o julgamento final na consciência; mas não elimina o débito relativo à impaciência e preguiça; daí, antes de verbalizar é preciso sempre definir primeiro as intenções.

Mas, é vero:
De boas intenções o inferno está cheio.
Falar é preciso; calar é preciso – mas antes de tudo é preciso pensar, refletir...

Namastê.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

DIÁLOGO E SOLIDÃO NA VIDA EM FAMÍLIA




Esse é mais um dos desastres da pedagogia familiar e escolar: Nunca fomos treinados para a comunicação; através da prática do diálogo e da discussão inteligente. Antigos adágios populares sempre tiveram um que de verdade; infelizmente: Quem berra mais ganha! Quem não chora mais do que o outro não mama! – A disciplina e o respeito foram baseados na truculência e não no convencimento através da postura e do exemplo.
Esperava-se que com a facilidade maior de acesso á educação houvesse uma melhora na forma de nos comunicarmos e na qualidade dessa comunicação; ledo engano. Está piorando; as pessoas gritam mais; muitos lares mais parecem um hospício de surdos – na escola é impossível falar e escutar – tamanha a gritaria.

Estamos á beira do desastre pessoal e coletivo; pois a família quer queiramos ou não é base de desenvolvimento do que viemos fazer na existência. No estilo de viver na vida contemporânea, ninguém tem tempo para ninguém – seja para ouvir, argumentar ou simplesmente falar sem que seja aos berros.
Esse distúrbio já se impregnou no DNA astral, tem gente que desde que nasce quer ganhar tudo no grito – conforme colocamos no livro: A reforma íntima começa no berço – Ed. EBM – já nos primeiros meses de vida e de convivência seria fácil ensinar a essa alma autoritária e apressada que as coisas andam no tempo de todos e não apenas no seu: deixa chorar até cansar; depois dá comida, troca, etc.

Gritaria á parte; a falta de comunicação inteligente está tornando a família um conjunto de pessoas que vivem juntas para atender a interesses, os mais variados.

A vida em família contribuindo para aumentar ou até desencadear a sensação de estar só?

Basta fazer um rápido exame das sensações e sentimentos do nosso dia a dia; para descobrir que a vida em família está cada vez mais solitária, pela dificuldade que temos de verbalizar adequadamente as emoções e as idéias; são comuns os monólogos; quando há discordância.
Pois, nas famílias cada parte responsabiliza a outra pelas suas frustrações.
Observando os motivos de cada um em separado, damos a cada um dos envolvidos toda razão; em qualquer conflito todos tem suas razões e seus justos motivos, pois ninguém detém a verdade e a razão em sua plenitude; o problema é que só damos razão a nós mesmos.

Não há muita luz no fim do túnel antes do desastre:
Pois hoje, a velocidade com que as mudanças acontecem aprisiona as pessoas em si mesmas; com isso a convivência familiar resume-se a algumas horas noturnas, sob vigilância cruel do aparelho de TV. Em muitas delas não se trocam palavras com conteúdo, quase sempre as mensagens são vazias ou destituídas de um significado mais profundo; é “jogar conversa fora” regada a bebidas, e ai daquele que ousar aprofundar-se em algo, logo é rotulado de chato ou desmancha prazeres.
Solução?
Treinamento para aprender a ouvir – aprender a esperar sua vez de falar – raciocinar antes de se expressar – e outras coisas mais que...
Alerta:
Em breve teremos uma multidão de surdos e de “border line” devido aos decibéis com que as pessoas ouvem suas músicas preferidas e outras coisas.
Em tempo:
Ninguém tem bola de cristal para adivinhar o que estamos pensando, sentindo e com vontade de fazer.
Ouça; pense e fale.
Mais simples que isso; só dois isso; dito bem baixinho.
Namastê.

domingo, 20 de novembro de 2011

CONSOLO: A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO





Tal e qual os pais que tudo permitem aos filhos; apenas para não ter o trabalho de negar – pois, a palavra mágica: Não! – Exige capacidade de discernir, coragem e transparência de desejos.

Quem apenas anestesia as pessoas com consolo, belezuras escritas ou de imagens; e não as prepara para a necessidade de refletir de forma adequada numa atitude pré-operatória de autoconhecimento e prognóstico; pode criar graves distúrbios ao futuro dessas almas e do inconsciente coletivo – além disso; sem que perceba pode estar a serviço dos que não desejam que a humanidade acorde para a vida e suas realidades.

Nem tanto lá nem tanto cá.

Em tempo: o caminho do meio passa longe do caminho do meio termo e da mediocridade. Sem experimentar os extremos e ter domínio sobre eles; é impossível andar no tão caminho do meio ou o exercer da sabedoria – nada a ver com teorias do saber.

Namastê.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

HORA DE DESENGAVETAR O PROJETO DE VIDA




Dia menos dia; todos nós temos a sensação de sermos conduzidos automaticamente para situações existenciais várias: felizes ou tristes; boas ou sofridas.

Algumas poderiam ser modificadas facilmente caso estivéssemos alertas, outras é quase impossível de serem mudadas no prazo de nascer e morrer.
A isso, ao que pode ou não ser mudado neste momento, nós podemos dar o nome de nosso projeto de vida inato ou destino como adoram dizer alguns (destino para as pessoas soa de forma gostosa e preguiçosa como algo inexorável e que não vale a pena tentar mudar). Mas, a coisa parece não ser bem assim; ao que tudo indica: com certeza nosso presente é a continuidade do nosso bem ou mal escolhido passado.

Tirar nosso projeto de vida da gaveta dos acontecimentos só é possível quando sabemos que ele existe.
Para tirá-lo de lá é preciso o uso de uma ferramenta chamada meditação (parar para pensar).

Analisando os rumos de nossa vida desde que nos conhecemos por gente, é fácil determinar quem nós somos e o que fazemos aqui. Além disso, não é difícil analisar nossas relações com os companheiros de destino e desta viagem: familiares, amigos, conhecidos e pessoas de nossas relações de trabalho.

Para quem sonha ser feliz e realizado:
Tirar da gaveta o projeto de vida e a disposição para estudá-lo e reformar o que é preciso e, principalmente o que é possível em cada momento, é o primeiro passo para aprendermos a criar nosso bom e feliz tempo.

Qual é seu projeto de vida?
O que faz aqui?
Para que serve?
A quem serve?

TÁ EMBAÇADO?

Namastê.

sábado, 30 de julho de 2011

QUEM SOU EU PARA MUDAR O MUNDO?




Parece impossível e inaceitável que uma escolha nossa possa mudar o mundo e afetar a humanidade em todos os planos da vida; estamos habituados a afirmar que são apenas problema de cada um, nada a ver com as dos outros. Se pensamos assim: sem desculpas esfarrapadas, analisemos se, somos adeptos da liberdade sem responsabilidade.
Se nos dispusermos a parar para pensar veremos que nossas escolhas interferem sim na vida dos outros, e até são capazes de mudar realidades, drasticamente; e, não é preciso ser nenhum cientista para observar isso, está ao alcance de qualquer um.

O tempo todo escolhemos de alguma forma, e mesmo as mais íntimas, são capazes de afetar a realidade e a vida de outras pessoas, às vezes, de forma intensa, e feridas profundas demoram mais a cicatrizar e podem ser contaminadas pela purulência do ódio e da retaliação.

Para comprovar essa verdade, vamos usar uma alegoria:

A Humanidade é um lago e cada escolha que fazemos é uma pedra que atiramos nele; próximo ao local de impacto, a turbulência é forte, e diminui à medida que se afasta dele; embora se estenda de forma imperceptível até a margem.

Como as escolhas, uma vez atirada a pedra, não há retorno, ela vai afetar a realidade do lago proporcionalmente à intensidade da força, superfície e massa.

Para tornar isso mais claro.
Vamos no dia a dia buscar um exemplo: Estudemos uma situação comum, específica, mas capaz de ser transferida para inúmeras outras do nosso cotidiano.

Imaginemos um jovem adolescente que acha que tudo pode; tudo é problema seu, ninguém tem nada a ver com suas escolhas; quer usar e abusar do direito de ser livre. Muito bem, esse paladino da liberdade sem responsabilidade resolve iniciar-se na droga; acha que com ela sente-se mais livre, menos inibido, mais feliz até; descuida-se e vai preso. Com certeza, ele tem uma mãe ainda mal-educada nas emoções e nos sentimentos como qualquer um de nós, e que chamará para si a responsabilidade do sentir-se feliz ou infeliz do filho. Como resultado das noites mal dormidas, do descuidar-se de si mesma para pensar só na desdita dele, somada à sensação de frustração de sentir-se uma mãe falida e, de preocupar-se demais com o que os outros vão dizer dela e dele - Ainda ama possessivamente e, adoece; ás vezes de forma grave, podendo tornar-se até depressiva, angustiada ou em pânico.

Façamos uma primeira pausa para reflexão.
O jovem dono do mundo, dono do seu próprio nariz, sente-se livre para fazer suas escolhas. Escolheu atirar a pedra, a escolha do uso da droga, mesmo sabendo, mesmo alertado da possibilidade de possíveis conseqüências funestas, que imaginava só acontecer com os outros que são menos inteligentes; com ele, a criatura mais esperta do mundo, isso jamais vai acontecer. Escolheu a pedra e atirou-a no lago. Com certeza ela caiu bem no centro de seu universo pessoal e causou um grande tumulto no seu meio familiar. Quer queira quer não, sua mais forte ligação afetiva, independentemente da qualidade desse vínculo, é com sua mãe. Desse modo, ela foi a primeira a ser atingida pelo impacto e de forma mais intensa. Mas, a onda de perturbação se estenderá inevitavelmente a toda a família, segundo a intensidade e o tipo de vínculos que mantenha com cada um dos familiares. E os efeitos em cada um deles seja em duração ou em intensidade serão proporcionais aos desdobramentos desencadeados pela sua atitude.
As conseqüências terão um efeito danoso na intimidade das pessoas que estejam ligadas a ele com vínculos afetivos mais fortes. É possível até que ele tenha alguém apaixonado por ele, cuja vida íntima e cuja saúde pode ser afetada em profundidade, dependendo sempre da estrutura mental/emocional da outra pessoa.
Retornando ao estudo da situação que ele gerou, o impacto se estende além, e logo ultrapassa as fronteiras da sua família.
A mãe do seu melhor amigo certamente é uma criatura não muito diferente da sua mãe, quanto à educação das emoções, e põe-se a pensar que, se o filho andava com ele pode muito bem estar fazendo a mesma coisa. É o suficiente para ruminar essa idéia num circuito fechado, e “morta de preocupação” pode também adoecer ou tornar a sua relação com o filho num verdadeiro inferno de cobranças e recriminações. Desequilibrada e doente vai afetar a vida de todos os que moram naquela casa ou se relacionam com ela.
Quer mais? Se ele está preso está consumindo recursos do coletivo que poderiam ser melhor usados na educação, saúde, moradia...; de muitos.

Cada escolha nossa ou a falta dela deve ser cuidadosamente analisada. Façamos as melhores; pois somos capazes e vamos mudar o mundo para melhor; a começar pelo da nossa intimidade.

Namastê.